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Escrita ficcional: Criando um personagem.

Muita vezes um personagem começa com uma ideia turva que te dá um sentimento de potencial, por outras a o esforço pré-determinado de criá-lo. A origem de um personagem é um processo penoso e por vezes complicado, que exige muita criatividade e dedicação.


Em sua maioria a criação de um personagem está interligada a criação do universo em que habita, afinal é muito mais fácil, simplesmente pegar um caderno ou um computador e começar a escrever, mas infelizmente, esse não é um processo que funciona para todos ou para sempre, e são raras as vezes que essa maneira de escrever não leva ao tão temido bloqueio criativo. Afinal um personagem, não precisa apenas de uma aparência e uma personalidade para “existir”, é necessário que ele tenha um contexto. O contexto nada mais é do que a inter-relação de circunstâncias que acompanham um fato, uma situação ou uma história ao personagem. Então como eu desenvolvo os meus personagens?


De regra primordial é de máxima importância que o escritor conheça seu personagem como a palma de sua mão, para que as atitudes do personagem possam ser embasadas e contextualizadas, e não atos aleatórios definidos pelo escritor para levar a história ao desfecho determinado. Os melhores e mais envolventes personagens são aqueles que aparentam ter vida própria, quase como que guiasse o escritor e não ao contrário.


Para isso sempre que eu inicio a criação de um personagem uso de uma técnica bastante simples, mas que tem um resultado muito bom, chamada Esqueleto, e é isso que irei ensinar a vocês hoje. Mesmo que algumas das informações possam ser modificadas futuramente com a evolução do personagem, ou totalmente retirada da história, contribuiu para colocar em ordem as ideias a respeito do personagem.

Para criar um Esqueleto basta agrupar todas as informações que tem do personagem. De maneira que fique com os seguintes tópicos Função, Nome, Idade, História, Importância, Aparência, Personalidade; esses são as informações básicas.


Na Função determine se o personagem é o Principal, Co-protagonista, Coadjuvante ou Antagonista e etc. No Nome além do óbvio, coloque todos os apelidos, e prováveis títulos. Em Idade coloque a idade do personagem que se passa a história, ou caso haja um crescimento do personagem ao longo da história, faça um linha do tempo unindo acontecimentos importantes a idade do personagem (se necessário correlacione com a importância). Na História especifique somente os momentos decisivos na vida do personagem (nunca o da história), utilizando de detalhes minuciosos e específicos, grifando a data, o local e o ambiente. Depois disso pense e descreva o nível de Importância, ou seja ele tem importância para os acontecimentos da história ou não, por vezes mesmo que não seja o principal suas ações determinam acontecimentos que impactam no desenrolar da trama, e é sempre uma boa ideia anotar esses detalhes para lembrar ao longo da história. E finalmente a Aparência, é sempre bom lembrar quando falamos da aparência do personagem ela tem de fazer sentido com sua história e idade, porque isso emprega realismo ao personagem. Além disso nenhuma aparência é imutável, trabalhar e desenvolver a aparência junto com a trama é importante pois assim exterioriza o amadurecimento do personagem, e anotar todas as suas fases de desenvolvimento é importante.


Após todos esse pontos trabalhados e definidos temporariamente, nós os utilizamos para montar a Personalidade do personagem. A maneira mais fácil de fazer isso e lhe empregando uma aspecto principal (divertido, sério, animado, esperançoso, etc) e em torno disso construir o resto da personalidade nos valendo dos outros quesitos. Por exemplo se o aspecto principal do meu personagem é ser animado, mas sua história, foi conturbada e triste, ou se tem algum receio quanto a sua aparência, ele sofrerá de certas mudanças de humor ao ser acionado gatilhos (memórias, locais que o lembre do ocorrido, ou situações semelhantes as passadas). Isso ajuda a pensar em como o personagem reagiria a cada situação.


Esse Esqueleto serve apenas de suporte ao escritor na criação dos personagens, mas não o ajuda quando se trata de desenvolvê-lo. Para isso é necessário colocá-lo em uma situação e um ambiente específico então através de sua personalidade decidir como ele agirá, e como isso o afetará futuramente em todos os aspectos do Esqueleto do personagem. Dessa forma sempre terá um ponto de partida, mesmo nos momentos mais complicados do desenvolvimento de uma história.

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